Fala galera! Hoje nosso foco estará no lado de ataque da bola e a terminologia ofensiva da NFL utilizada quando tratamos desse assunto. 

Esquema ofensivo – Grupo de jogadas criadas dentro de um modelo de jogo com o objetivo de avançar a bola e marcar pontos. Chamados de “playbooks“, eles são geralmente desenvolvidos de acordo com a filosofia geral do coordenador ofensivo ou do head coach (técnico principal) e costuma trabalhar para otimizar o talento disponível na equipe.

Ataque vertical – Filosofia de ataque que visa o alongamento do campo tentando jogadas profundas e, consequentemente, enfraquecer a defesa adversária em suas coberturas. Um ataque vertical visa criar confrontos de recepção favoráveis ​​ao recebedor e conquistar jardas em passes mais profundos. Os ataques verticais também procuram empurrar os jogadores de backfield para afastá-los da linha de scrimmage.

Spread Offense – Um ataque projetado para, através da velocidade e espaçamento entre jogadores, manipular as defesas adversárias. Esses ataques tendem a usar alinhamentos mais amplos. A ideia é forçar as defesas a cobrirem mais o campo e colocar os defensores individuais em situações ruins na jogada. 

Terminologia ofensiva da NFL – Quarterback em movimento

Quarterback Drop

O número de passos que um quarterback dá para longe da linha de scrimmage depois de receber a bola do center da equipe. Costuma ser de 3, 5, às vezes, até 7 passos para trás antes de efetuar uma jogada. Além do afastamento, os QBs usam esses passos também para cronometrar uma jogada. 

Hitch Step

O quarterback drop pode incluir ainda um movimento de “engate” entre o recuo e o lançamento. Em outras palavras, seria algo como se o QB desse 3 passos para trás, travasse no chão e desse um passo para frente no movimento de lançamento. Ou seja, essa ação tem como objetivo dar ainda mais tempo para o deslocamento do recebedor. Normalmente essa ação é feita em movimentos mais longos para trás antes de usar o Hitch step.

Timing

Refere-se ao uso perfeito do tempo de jogada entre o quarterback drop e a rota do WR para criar uma combinação exata de jogadas. Essa questão trata muito do entrosamento entre o QB e o WR no tempo de execução da jogada. Sempre com o objetivo da bola encontrar o jogador no momento certo da rota.

Terminologia ofensiva da NFL – Sistemas de ataque

Air Coryell Offense

Don Coryell dos Los Angeles Chargers (então San Diego) foi o criador desse sistema. O Air Coryell se baseia em conceitos de passes verticais. Nele são usados wide receivers grandes e atléticos para alongar o campo, em equilíbrio com um jogo de corrida de força.

Apesar disso, este sistema ofensivo é mais lento e demorado. As jogadas são estendidas. Com isso, os recebedores efetuam suas rotas com mais tempo. Este sistema aceita porcentagens de conclusão mais baixas e também requer quarterbacks capazes de serem decisivos com ótimo timing entre quarterback e recebedores.

Este é o ataque executado por Jason Garrett, Norv Turner e Mike Martz. O ataque Air Coryell apresenta chamadas de jogo complexas que misturam números e palavras-código para dizer a cada jogador exatamente o que fazer.

West Coast Offense

Bill Walsh, então coordenador ofensivo dos Bengals, é o criador do West Coast Offense (ou WCO). Em 1980, o então head coach do San Francisco 49ers aperfeiçoou o próprio sistema.

Este esquema usa espaçamento para esticar as defesas horizontalmente. Com passes rápidos para garantir uma alta porcentagem de conclusão, a ideia é colocar a bola nas mãos dos recebedores para ganhar jardas após recepção. O WCO visa em primeiro lugar a segurança nas jogadas e conquista de jardas curtas continuamente.

Sistema Erhardt-Perkins

Também chamado de “EPS”, é um esquema ofensivo projetado por Ron Erhardt e Ray Perkins do New England Patriots na década de 1970. Este ataque se chama “Sistema” porque se concentra em agrupar conceitos para tornar o ataque o mais amigável possível ao jogador.

As jogadas chamadas no EPS usam designações simples de uma ou duas palavras e permitem que os jogadores de ataque executem a mesma jogada a partir de alinhamentos múltiplos. Este é o sistema ofensivo usado pelos New England Patriots sob Bill Belichick.

Personnel Package

Essa é a denominação dada para a formação ofensiva considerando o seu número de Running Backs + Tight Ends + Wide Receivers (este apenas se houver). É associada uma identificação numérica. Isso serve para você identificar uma formação ofensiva adversária e distinguir o número de jogadores elegíveis para receber um passe. Explico abaixo o “12-Personnel”.

O número 1 significa a quantidade de RBs da jogada, nesse caso 1. O número 2 significa o número de TEs da jogada e nesse caso são 2 tight ends. Como são 5 jogadores de linha ofensiva + o quarterback, você pode ter no máximo 5 jogadores elegíveis para receber um passe. Se temos um 1 RB e 2 TEs nessa jogada, isso significa que temos 3 WRs nessa formação.

Os WRs serão sempre a sobra dessa conta. Outro exemplo é o “00-Personal”. Se não temos nenhum RB e nenhum TE, isso significa que teremos 5 WRs nessa jogada. Já o 23-Personnel ocorre se temos 2 RBs e 3 TEs na jogada. Assim, não teremos nenhum WR nessa formação.

Terminologia ofensiva da NFL – Linha ofensiva e bloqueios

Gap

É o espaço entre os jogadores de linha ofensiva. Esses espaços são marcados do centro para fora, usando letras. A lacuna entre o centro e as proteções esquerda ou direita são as lacunas “A”.

Os “B-Gaps” estão entre os guards e tackles, os “C-gaps” estão entre os tackles e o tight end (ou onde um tight end estaria), e os “D-gaps” estão em um tight end fora de um típico alinhamento. Existem também “E-gaps” que existem se dois tight ends estão alinhadas no mesmo lado. O E-gap é o ombro externo do segundo tight end. 

Man-gap Blocking

Pense da seguinte forma: Se eu tenho um jogador na minha frente, ou eu vou tentar fechar um desses espaços (gap) contra uma corrida ou eu vou tentar aproveitá-la para tentar chegar no QB.

Man-gap blocking é um esquema de bloqueio no qual os jogadores da linha ofensiva são responsáveis ​​por um defensor específico (e não um bloqueio por zona). Então, os técnicos e analistas normalmente usam a frase “hat on a hat” para descrever o esquema. 

Bloqueio de Zona

Um esquema de bloqueio no qual os jogadores de linha ofensiva são atribuídos a bloquear em áreas específicas em vez de defensores específicos.

Esquemas de zona podem ser identificados por uma “etapa de zona”. Assim, um lineman inicialmente se move lateralmente antes de envolver um defensor. O esquema de bloqueio de zona (ZBS) é tolerante para as características do jogador de linha. Além disso, se executa de forma eficaz com um jogador de linha menor e mais atlético.

Combo Block

Qualquer bloco no qual dois jogadores ofensivos trabalham juntos para bloquear um único defensor. Pense no Aaron Donald quando recebe uma marcação dupla. Os bloqueadores não querem nem saber o que vem por outro lado. Foram designados a marcar aquele jogador e assim será (pelo menos em teoria).

ACE Block – uma combinação de bloqueio entre o center e o guard da linha ofensiva designados a bloquear um jogador do interior da linha defensiva adversária.

Deuce Block – Um bloqueio combinado entre o guard e o tackle da linha ofensiva onde o foco está em proteger o lado externo da linha contra um Edge.

Chip Block

Quando um running back, fullback, H-back ou tight end bloqueia brevemente um jogador defensivo antes de sair para a sua rota. Normalmente chamado para auxiliar o tackle ofensivo contra combates particularmente difíceis, como pass rushers de elite ou alinhamentos edge muito abertos.

Reach block

É um bloqueio feito pelo jogador de linha ofensiva quando ele se antecipa ao jogador de defesa para fechar o gap, com o objetivo de, então, atrasar ou prevenir a penetração de um defensor. O lineman busca, assim, obter uma posição vantajosa sobre o defensor para evitar que o defensor penetre o espaço. 

Pulling Lineman

Quando um jogador de linha desocupa sua posição original após o snap da bola e se movimenta pela linha ofensiva para bloquear um defensor em outro espaço da linha. Por exemplo, o guard esquerdo pode sair de sua posição inicial para bloquear um defensor que esteja atacando o gap direito.

Esses bloqueios se utilizam ​​em corridas, na tentativa de conseguir ganhar uma vantagem sobre o adversário e criar novos espaços para seu running back.

Trap Block

Como o nome já diz, cilada a caminho. O Trap block, ou bloqueio de armadilha, trata-se de um movimento feito por um dos jogadores de linha ofensiva em sentido oposto ao movimento que os demais integrantes da linha fazem.

Exemplifico. Todos da linha ofensiva se movimentam para a direita para efetuar os bloqueios e o guard do lado direito sai da formação para efetuar um bloqueio do lado esquerdo da linha, pegando, assim, algum jogador desprevenido com o movimento.

Os bloqueios de armadilha criam uma vantagem numérica para o ataque onde a defesa não os espera e geralmente os outros jogadores de linha tentam criar novas vantagens no segundo nível de bloqueio.

Bloqueio de segundo nível

Quando se fala na qualidade de um atleta que chega ao segundo nível de bloqueio é porque ele é capaz de rapidamente se posicionar para um bloqueio atrás da linha defensiva, geralmente de um linebacker ou de um safety, criando novas vantagens para seu running back. 

Outside zone run

Uma corrida para o lado de fora da formação ofensiva baseada nos princípios de bloqueio de zona. A linha ofensiva altera a posição de seus gaps para o lado externo e se desloca para fora.

Isso permite que o running back ganhe mais opções de jogada pois abre-se o campo (pode correr por fora da linha, retomando para o centro do campo ou ainda encarar o meio da linha que está em deslocamento). Como essa forma de corrida abre o leque de opções, costuma-se dizer aos runnning backs para que eles “corram para a luz do dia” (run to daylight), ou seja, escolha a melhor opção e seja feliz amigo.

E aí pessoal? Conseguimos ajudar em algumas nomenclaturas da terminologia ofensiva da NFL? Então, deixe seu comentário ou utilize os canais de Contato e nos diga o que achou!