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Por
Matheus Silva
Não existe maneira melhor de começar o ano do que assistir dois ótimos jogos de futebol americano. É exatamente isso que teremos nessa sexta-feira, 1, quando acontecem as semifinais do College Football. Alabama enfrenta Notre Dame pelo Rose Bowl. Além disso, Clemson mede forças com Ohio State pela oportunidade de levantar o troféu mais cobiçado da NCAA. Confira, então, a análise dos jogos:
Alabama Crimson Tide (11-0) vs Notre Dame Fighting Irish (10-1)
AT&T Stadium (Arlington) – 01/01 – 18h20 (ESPN 2)
Notre Dame tem bola para bater Alabama e Clemson no mesmo ano?
Notre Dame vai precisar muito do que está no seu próprio nome: lutar. Mesmo com uma temporada de gala, os Fighting Irish são claros azarões contra o poderoso Alabama, que tem média de 550 jardas ofensivas por partida. Os comandados de Brian Kelly terão, então, que ser perfeitos nos dois lados da bola, do começo ao final do jogo.
Já que um dos maiores trunfos de Notre Dame não é a defesa, o lado ofensivo deve ajudar, deixando Mac Jones, Najee Harris e DeVonta Smith o maior tempo possível no banco e maximizando todas as oportunidades possíveis. O belo trabalho do coordenador ofensivo Tommy Rees, torna isso possível. Notre Dame tem médias de 35 pontos por partida, 6 jardas e meia por jogada e 50% de conversão em terceiras descidas. O ataque tem ficado, em média, 34 minutos por partida em campo. Assim, eles terão que manter esse número caso queiram ter alguma chance.
É fundamental que Ian Book (quarterback) e Kyren Williams (running back) produzam nesta partida. Book é um dos atletas mais vencedores na história de Notre Dame e vem jogando excepcionalmente bem nesta temporada. Ele é o único QB do Power 5 que tem mais de 240 tentativas de passe e duas ou menos interceptações no ano e irá precisar cuidar da bola nessa partida. Williams, por sua parte, também vem de um ano produtivo (1.061 jardas no ano) e precisará de toda sua explosão contra uma defesa terrestre adversária que cedeu 100 jardas aos corredores apenas uma vez no ano. Liam Eichenberg, líder da experiente linha ofensiva dos Fighting Irish, pode ajudar nessa tarefa. O Front Seven de Alabama e o jogo terrestre de Notre Dame é o melhor matchup para se observar nessa partida.
Um ataque de dar inveja, uma defesa emergente
Alabama, por sua parte, mostra um poderio ofensivo poucas vezes visto no College Football. A equipe só não fez 40 ou mais pontos apenas uma vez no ano (38 pontos, na primeira partida do ano) e muito desse sucesso vem da produção de suas superestrelas (Jones, Harris e Smith) e de sua linha ofensiva, considerada por muitos a melhor do futebol americano universitário.
Mas um motivo recente de orgulho para a equipe de Nick Saban não vem sendo apenas o lado ofensivo. Depois de terem sido dominados por Ole Miss, cedendo 268 jardas terrestres e 647 jardas totais, a defesa de Alabama vem jogando bem. Seu front defensivo vem limitando muito bem as corridas e, até o jogo contra os Gators, a secundária fez um trabalho justo.
Não existe, em minha opinião, cornerback capaz de parar DeVonta Smith neste ano no College Football. Os números são impressionantes: 1.511 jardas, 98 recepções e 17 TDs aéreos. De 106 alvos, apenas dois foram drops. Clarence Lewis e Nick McCloud não tem a capacidade de esfriar o momento que o candidato ao Troféu Heisman tem vivido. Se Smith tiver mais um bom jogo, Notre Dame não terá chances de vitória.
Palpite Equipe Trickplay: Alabama 41×27 Notre Dame.
Clemson Tigers (10-1) vs Ohio State Buckeyes (6-0)
Mercedes-Benz Superdome (New Orleans) – 01/01 – 22h15 (ESPN 2)
Os Buckeyes conseguirão a revanche do ano passado?
Ano passado, Tigers e Buckeyes protagonizaram um dos melhores jogos do College Football que eu já assisti. Clemson foi para o intervalo perdendo de 16-0 e, mesmo assim, conseguiram triunfar. Segundo Ryan Day, treinador principal dos Buckeyes, essa partida vem servindo de motivação ao longo de toda a campanha de 2020.
Após um caminho incomum para os playoffs, Ohio State tem médias de 7 jardas por jogada e 42 pontos por partida. Entretanto, casos de Covid vem machucando o ritmo ofensivo da equipe, como pudemos ver na última partida contra Northwestern. Inclusive, este é um fator crucial para a partida. Os Buckeyes estarão com sua força total no campo? Na final da Big Ten, 22 Buckeyes estavam de fora da partida por contraírem o Coronavírus ou por contato próximo/de risco. Entre eles o alvo favorito de Fields, Chris Olave, o líder da defesa, Baron Browning e o punter Drue Chrisman.
Para vencer a partida, é mandatório que Justin Fields volte a produzir em alto nível. O Junior tem 73% de aproveitamento nos passes, 1.521 jardas aéreas na temporada e 20 touchdowns, sendo 5 deles correndo com a bola. Falando em jogo terrestre, JK Dobbins mostrou uma maneira de bater a defesa de Clemson. No ano passado, o atual jogador dos Ravens finalizou a partida com mais de 170 jardas terrestres, um ótimo sinal para o móvel QB e para Trey Sermon, corredor principal dos Buckeyes.
Coincidentemente, bem como na partida do Rose Bowl, o principal matchup nessa partida é o Front Seven de Clemson contra a linha ofensiva de Ohio State. Os pass rushers dos Tigers não são tão experientes como dos anos passados. Entretanto, os grandalhões da linha ofensiva dos Buckeyes têm cedido 3 sacks por partida e devem proteger melhor Justin Fields se quiserem ter chance.
Clemson tenta repetir a dose e chegar na final pelo segundo ano seguido
Clemson vem tendo uma produção muito forte ofensivamente. Liderados por aquele que alguns consideram ser o maior prospecto da história do College, os Tigers acumulam 45 pontos por partida e quase 7 jardas por jogada. Entretanto, os Tigers receberam uma péssima notícia nesta quarta-feira. O coordenador ofensivo e um dos motivos do sucesso da unidade em 2020, Tony Elliott, não ficará na sideline por ter contraído Covid-19.
Não é segredo nenhum que todos os holofotes estarão direcionados para Trevor Lawrence. o Sunshine acumula 2.753 jardas no ano e 22 passes para touchdown. Todos sabem o que ele pode fazer com seu braço direito, mas sua habilidade de dominar o jogo correndo também é um enorme fator. Na partida do ano passado, Lawrence teve 107 jardas terrestres, incluindo uma corrida de 67 jardas para touchdown contra Ohio State. A proteção para o quarterback tem sido perfeita, mas os jogadores de linha ofensiva precisam ajudar Travis Etienne, que não conseguiu ter um ano de 1.000 jardas muito por conta do fraco trabalho dos bloqueios contra a corrida. Para vencer o Sugar Bowl, não se pode depender de apenas um jogador para bater o competente elenco dos Buckeyes, por melhor que ele seja.
Pelo jogo terrestre de Clemson não estar onde eles queriam, acredito que a principal chave da vitória é usar e abusar das conexões de Lawrence com Amari Rodgers, Cornell Powell e a revelação deste ano, EJ Williams. O Front Seven de Ohio State é extremamente sólido, mas a secundária sente falta de peças como Jeff Okudah, Damon Arnette e Jordan Fuller. Se a linha ofensiva conseguir dar tempo para Lawrence, a secundária dos Buckeyes não tem chance alguma de desacelerar os Tigers.
Palpite Equipe Trickplay: Clemson 31×28 Ohio State.
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