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Por
Rômulo Ruggeri
A pandemia do Covid-19 assola não apenas o sistema de saúde em diversos lugares do mundo, como também afeta drasticamente a saúde financeira de diversas equipes esportivas pelo mundo. Grandes equipes de futebol da Europa já preparam suas contas para baixos investimentos na intertemporada e algumas, como no caso da tradicional equipe alemã Schalke 04, quase decretaram falência em 2020. Com a NFL não será diferente e existe uma grande especulação de que o Salary cap será reduzido.
Desde que foi implantado na NFL em 1994, o salary cap teve uma única redução que aconteceu em 2011. De lá pra cá o salary cap recebe um aumento ano após ano. Apenas para conhecimento, o salary Cap de 2011 era de US $120 milhões e o dessa temporada foi fechado em US $198 milhões.
Ao olharmos as projeções do Over the Cap para a próxima temporada, 12 equipes se encontram em situação crítica. Aliás, duas delas deverão quebrar a cabeça para resolver a difícil equação de reduzir US $50 milhões, no caso dos Eagles, e US $95 milhões no caso dos Saints.
Daqueles que estão com a saúde financeira em dia, chama atenção o caso dos Cowboys. Apesar de terem quase 23 milhões de espaço projetado, as contas ainda não consideram uma possível renovação com Dak Prescott.
Se a equipe do Texas chegar em um acordo com seu QB, alguns cortes e reestruturações deverão acontecer. No entanto, caso o acordo não aconteça, a equipe dos Cowboys poderá optar por draftar um novo QB aproveitando a atual posição no draft.
Dado o contexto, quais são os efeitos que a redução no Salary Cap trará?
Uso da Franchise Tag
Em toda temporada cada franquia pode optar por aplicar a franchise tag em um jogador. Aplicar a tag em um jogador significa dar-lhe um salário equivalente à média dos 5 mais bem pagos da posição. Além disso, esse salário é 100% garantido, ou seja, o valor inteiro consome o cap space da franquia.
A matemática é simples. Se o teto salarial for reduzido e como o salário dos jogadores aumenta ano após ano, aquele que receber a tag representará uma porcentagem muito maior dentro daquilo que a franquia terá disponível.
Novamente o caso Prescott. Hoje a tag dele representa 13,5% do espaço disponível para salários dos Cowboys. A projeção de uma nova tag para QB está em US $37 milhões para a próxima temporada. Isso significa que uma nova tag em Dak representaria 21% de todo o cap space da equipe de Dallas.
Um dos resultados possíveis para situações como essa é vermos mais QBs chegando ao mercado de FA.
Leia Também: Como a NFL faz dinheiro
Draft
Capital de draft e, sobretudo, draftar os jogadores certos poderá ser a salvação para muitas das franquias. Veja o dramático caso do Houston Texans. Primeiro problema está na troca que os Texans fizeram pelo LT Laremy Tunsil, onde entregaram aos Dolphins várias picks de draft para contar com o jogador. Além disso, assinaram um contrato de 3 anos e US $ 66 milhões.
Resultado? O Texans começa a próxima temporada com quase US $18 milhões de salary cap negativo. Para uma franquia que foi tão mal e que claramente entrará no processo de reconstrução, não ter todo esse capital de draft esse ano fará muita falta para equilibrar as contas.
E se não bastasse isso, além de precisar reduzir drasticamente custos com cap, Houston deverá complementar elenco com jogadores mais velhos, baratos e de qualidade um tanto quanto duvidosa.
Free Agency e grandes contratos
Em toda a offseason vemos inúmeros bons atletas entrando na Free Agency em busca de um mercado que concorra pelos seus talentos e, consequentemente, pague por isso. Essa próxima offseason tem tudo para ser atípica e pior, tem tudo para deixar grandes atletas sem seus contratos dos sonhos.
Se muitas franquias terão que reduzir despesas, consequentemente terão dificuldades em pagar caro aos atletas, e se a aplicação da tag será uma exceção por conta do impacto que ela traz em um cap reduzindo, então vejamos:
Mais atletas entrarão na FA
Penso que esta offseason receberá um maior número de atletas com qualidade procurando uma nova franquia. Certamente, um aumento de oferta de atletas dará às franquias a possibilidade de melhores negociações.
Não acredito em regressão dos salários, mas acho que teremos contratos mais curtos com valores razoáveis ou mais longos, mas construídos para ter impacto maior no futuro.
Contratos “prove o seu valor”
Acho que teremos alguns bons nomes ganhando valores bem abaixo nesta temporada para provarem seu valor na tentativa de conquistar um último grande contrato. Aliás, Jadeveon Clowney, que buscou na última offseason um contrato entre 20 e 22 milhões de dólares e ficou sem time até as vésperas do início da temporada, deve ser um atleta a receber pouco esse ano.
Dificilmente veremos franquias pagando caro por jogadores com fama midiática mas sem resultado em campo ou até mesmo com problemas de lesões constantes.
Veteranos serão impactados
Todas as franquias costumam contar com veteranos baratos para rotacionar, ajudar no desenvolvimento de jovens atletas ou até mesmo para contar como back up. No entanto, com menos dinheiro disponível, penso que veteranos terão um mercado reduzido dando lugar a jovens apostas mais baratas.
E aí leitor, o que vocês esperam desta offseason com menos dinheiro disponível para as franquias? Deixe seu comentário.
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