Sistema ofensivo Air Coryell

foto: Ronald C. Modra, Getty Images

Olá amigos e fãs do esporte. Sejam bem-vindos novamente. Como vocês sabem, sou torcedor do New York Football Giants. Com a chegada de Jason Garrett como Offensive Coordinator me senti à vontade de escolher o sistema ofensivo The Air Coryell como primeiro sistema ofensivo apresentado aqui no TrickPlay. 


Origem

Head Coach do San Diego Chargers, Don Coryell esteve à frente dessa equipe durante 9 temporadas (1978-1986). Sendo que em 6 delas, a equipe de Coryell liderou a NFL em jardas aéreas. Como resultado, seu esquema ofensivo extrapolou os limites do jogo de passes verticais de forma que a NFL nunca tinha visto antes. Consequentemente, seu ataque entrou para a história da NFL como um dos melhores de todos os tempos. Além disso, seu estilo “high-flying” deu a essa forma de jogar o nome de “Air Coryell”.


Conceitos do Sistema Ofensivo Air Coryell


Jogo vertical

A principal característica nesse sistema ofensivo é o jogo vertical. Nesse esquema, contamos com rotas mais profundas dos recebedores. O resultado é uma “abertura” maior do campo. Ao contrário do sistema West Coast, onde a equipe se contenta com um índice de 80% de acerto para conquista média de 4 jardas por jogada, no sistema Air Coryell a crença é a de que o maior risco em jogadas de profundidade é compensada durante a partida, mesmo tendo uma taxa de conversão próxima de 50-60%. Ou seja, se bem executado, este sistema pode dobrar as jardas conquistadas por uma equipe. 


Linha ofensiva

Esse é um sistema que exige que a franquia tenha uma linha ofensiva entre as melhores da liga. Isso porque o QB demanda mais tempo com a bola em mãos para que os seus recebedores tenham tempo de executar as rotas mais profundas. Além disso, com uma secundária preocupada com o fundo do campo, a linha precisa ser multidisciplinar para que tenham sucesso também no jogo corrido.


Timing

Aqui se usa muito do entrosamento entre QB e recebedores. Ou seja, conta muito com a capacidade do QB de ler as defesas para utilizar vantagens de rotas. Por exemplo, no sistema Air Coryell o timing entre QB e WR é muito comum, pois ao invés do QB procurar por alvos específicos para lançar a bola, durante a jogada ele acaba lançando para um lugar específico dentro da rota de um recebedor e conta que esse recebedor consiga completar a rota a tempo de efetuar a recepção. Por isso a necessidade de timing perfeito entre eles.


Jogo terrestre

Geralmente um sistema ofensivo Air Coryell se utiliza de um esquema power running para seu jogo terrestre. Como a defesa tende a ser forçada a cobrir passes profundos, o box acaba sendo um pouco menos coberto pela secundária. Como resultado, isso acaba facilitando a vida do jogo terrestre, possibilitando grandes jogadas ao running back.

Esse sistema utiliza muito a formação shotgun, em que o QB fica alguns passos atrás da linha de scrimmage com pelo menos um RB ao seu lado. O quarterback precisa de todo o tempo necessário para ler a secundária do adversário e essa formação ajuda ele nesse quesito. Consequentemente, a ideia do plano de jogo certamente é tentar ganhar as jardas “baratas” e um jogo em profundidade certamente facilitará a vida de seu RB.


Tight End

Caras como Travis Kelce, George Kittle e até pouco tempo atrás Rob Gronkowski, bons bloqueadores e excelente em rotas e jogo aéreo, costumam mudar a dinâmica de um sistema ofensivo se considerarmos toda a competitividade que eles trazem para o jogo.

Antes do sistema Coryelll, os TEs eram essencialmente bloqueadores e capazes de realizar apenas rotas curtas. Os TE receberam mais rotas intermediárias e profundas a partir de 1980.


Fraquezas do Sistema Ofensivo Air Coryell

O principal problema do sistema ofensivo Air Coryell é que ele depende que tudo dê certo dentro de campo. Em outras palavras, se é satisfatório ter uma conversão de passes mais baixo, em um dia sem inspiração é problema à vista. Seu time ficará mais tempo fora de campo e isso pode se tornar o caos. Ou seja, nesse sistema, caro leitor, basta que uma engrenagem tenha dificuldades para que o time comece a ter problemas.

Se o QB não for apto para um sistema de timing throws, consequentemente, a porcentagem de acertos de passe cairá. Isso se deve a procura de alvos que tornará o jogo mais previsível. Se os bloqueadores não forem suficientemente bons para dar tempo ao QB, a vantagem sobre a secundária se esvai. Ou seja, criará dificuldades tanto para o jogo de passes em profundidade quanto para o jogo corrido. 

Agora imagine um time que usa um sistema em que historicamente a porcentagem de acertos de passe é menor, comece a ter problemas contra uma grande defesa da liga. Muito provavelmente seu time de ataque ficará muito menos em campo o que sobrecarregará fisicamente o time de defesa.

Como torcedor, você prefere ver jogadas curtas e eficientes ou um jogo com mais risco? Deixe seu comentário e nos diga se gostou ou não desse sistema ofensivo. Se preferir utilize os nossos canais de contato.

Rômulo Ruggeri: 35 anos, torcedor do New York Football Giants. Grande adepto de sua equipe, Rômulo já esteve no MetLife Stadium. Acompanha a NFL desde que as transmissões se iniciaram no Brasil. Sempre por dentro das particularidades da liga, também é bastante participativo nas análises dos times e jogadores.
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