O COVID-19 irá transformar o evento a NFL neste e nos próximos anos. A curto prazo se estuda que os jogadores atuem com uma máscara, impossibilitando que os jogadores soltem fluidos pela boca enquanto jogam. A longo prazo, a possível redução do Salary Cap é quase uma certeza para o próximo ano. Mas o que mais me preocupa (e aos scouts, GMs e coaches certamente) é o impacto que teria uma temporada de NCAA cancelada. E isso impacta diretamente no Draft 2021.
Como isso afeta aos atletas para o draft 2021?
Não precisamos ir muito longe. Vamos falar de Joe Burrow, Tua Tagovailoa e o atual MVP, Lamar Jackson.
Começando por Lamar e por ser um exemplo mais simples. Seus três anos, principalmente o último em Louisville, serviram para mostrar uma franca evolução como atleta. Jackson sequer confiava em seu braço e seus scrambles eram sem técnica, leitura e até mesmo segurança. A evolução exponencial foi o suficiente para ser escolhido na primeira rodada do Draft e ser um steal para os Ravens.
Indo para o segundo atleta, se a temporada cancelada fosse a do ano passado não haveria preocupação alguma com a saúde de Tua. Levando em consideração o Mock Draft de 2019, ele certamente seria o primeiro calouro escolhido.
Entretanto, tudo mudaria para a atual primeira escolha do Draft e potencial franchise player dos Bengals. Nesta mesma época no ano passado, Burrow estava projetado para ser escolhido no segundo ou terceiro round do draft, atrás de QBs como Tua Tagovailoa, Jake Fromm, Justin Herbert e Jacob Eason. O que mudou tudo isso? As 5.671 jardas e 60 TDs feitos por Joe no ano passado, indiscutivelmente a melhor temporada já feita na D1 da NCAA.
O trabalho dos scouts
Observando estes exemplos, se torna dramática a situação dos scouts. Um analista de desempenho anônimo, de uma equipe da AFC disse à Albert Breer, da Sports Illustrated: “Escolheremos meninos em maio de 2021 que não colocaram o capacete desde dezembro de 2019. Muitos garotos [neste ano] foram selecionados pelas temporadas que tiveram em seu ano como Junior ou Sênior. Sem isso, teríamos ateltas undrafted ou overdrafted”.
Nesse ano, já temos top-prospects que optaram por ficar fora dessa temporada e já se declararam para o draft. Mincah Parsons (Penn State), Caleb Farley (Virginia Tech) e Gregory Rousseau (Miami) são os principais exemplos. Este último, se draftado em 2021, seria o jogador com menos jogos feitos no College na história a chegar na liga.
E como isso afeta as franquias para o draft 2021?
Logicamente, terão equipes mais e menos afetadas em um iminente cancelamento do College Football em 2020. Entretanto, não se engane, existem equipes que lutarão pelo Super Bowl que podem sim sentir a dor de colocar seus scouts de férias nesse outono nos Estados Unidos.
Mais afetados
Jacksonville Jaguars
Muito provavelmente, os Jaguars terão uma das primeiras escolhas do draft do próximo ano. Se a “experiência Minshew” falhar, provavelmente os Jags irão gastar sua primeira escolha em um QB. Sem um ano extra para scouts, podemos ver o que aconteceu em 2018, quando Josh Rosen foi o décimo selecionado e o atual MVP foi a última escolha do primeiro round.
Washington Football Team: Também candidatos para a primeira escolha do draft de 2021, a situação se torna desesperadora aqui. Além de sem nome, o Washington parece sem rumo, futuro ou direção. É a equipe que tem mais lacunas para preencher na NFL e fazê-lo através do draft em 2021 será um tiro no pé.
Pittsburgh Steelers: Lembra onde eu disse que desafiantes ao Super Bowl seriam afetados? Os Steelers precisam de alguém sólido que possa pilotar seu ataque na era pós-Roethlisberger, sendo que Rudolph e Hodges já se mostraram incapazes para essa tarefa. Uma série de Pro-Bowlers foram draftados tardiamente na NFL e a tarefa de garimpar se torna ainda mais difícil sem uma temporada de College. Seria ideal encontrar um QB ainda com Big Ben no roster para que o garoto possa aprender com um futuro hall of famer, sendo que os Steelers dificilmente terão cap space para competir com outras equipes pelos QBs no mercado.
Menção também aos 49ers, que podem ver sua secundária se dizimar caso os agentes livres Richard Sherman, Ahkello Witherspoon, K’Waun Williams e Jaquiski Tartt saiam da equipe.
Menos Afetados
Kansas City Chiefs: Após as generosas (e merecidas) renovações de Kelce, Mahomes e Jones, os Chiefs estão com o time praticamente pronto para esta temporada e para 2021. Um ano sem picks “assertivas” não faria falta para a equipe de Andy Reid (ainda mais quando se tem um Quarterback que consegue fazer Demarcus Robinson e Mecole Hardman parecerem incríveis recebedores).
Seattle Seahawks: Os Seahawks não terão sua escolha de primeiro e terceiro round no ano que vem, devido à troca com os Jets por Jamal Adams. Ou seja, uma troca que muitos consideram cara acaba de ficar mais barata. Outro fator positivo é que, provavelmente, os Hawks não irão renovar com Chris Carson, indo então ao draft para repor a posição. Para Running Backs, um ano de folga pode ser um benefício e aumentar o valor de jogadores como Travis Etienne (Clemson), Chubba Hubbard (Oklahoma State) e Najee Harris (Alabama).
Indianapolis Colts: Chris Ballard, o GM dos Colts, tem feito um trabalho excepcional. Ele trouxe jovens talentos à equipe via draft e exatamente isso que pode os salvar caso a experiência com Rivers não funcione. Os Colts preencheram as lacunas restantes nessa pré temporada e, caso optem por não seguir com o experiente QB em 2021, não será necessário recorrer ao draft, sendo que Indianapolis terá um caminhão de cap space para 2021.
Menção aos Rams que, bem como Seattle, não terão a escolha de primeira rodada por conta da troca por Jalen Ramsey e podem ter calouros talentosos caindo em seu colo em 2021.
E você, torcedor? Quem você acredita que pode ser dar melhor ou pior com um possível cancelamento da NCAA em 2020/2021? Deixe os seus comentários.