De 0-5 para 5-2. Os pilares da mudança

Foto: Rich Schultz/Getty Images

Felizmente, a NFL não é baseada em resultados imediatistas como no nosso futebol brasileiro. O trabalho da nossa comissão técnica começa a aparecer como principais pilares da mudança dos Giants desses últimos anos.

Então se liga e veja os principais responsáveis de sairmos de um 0-5 para um 5-2 fazendo com que a equipe esteja agora com 5-7 na classificação, liderando a NFC East


Joe Judge

Não poderia começar se não fosse pelo Head Coach, como primeiro dos pilares da mudança dos Giants. Joe Judge, em sua primeira entrevista como técnico principal dos Giants, disse que seu principal trabalho seria formatar uma equipe de treinadores capazes de ensinar seus jovens atletas a serem melhores.

Além disso, Judge enfatizou diversas vezes que não aceitaria de sua comissão técnica falas como “esse jogador não consegue efetuar tal função”, mas que queria ouvir deles o que cada jogador sabe fazer. Afinal, todos chegaram a NFL de alguma forma e alguma característica de qualidade deve ter para ser explorada.

Depois de dois Head Coaches muito fracos conduzindo os últimos quatro anos da franquia, Joe Judge é um alento a tormenta que vivíamos até então. É óbvio para mim aqui que Judge tenta aplicar uma filosofia de trabalho baseada no desenvolvimento de atletas a longo prazo. E é só olhar para as partidas para ver a quantidade de jogadores que recebem inúmeros snaps por jogo. 

E se não bastasse isso, o alto aproveitamento de jogadores do draft parece ser uma obsessão. Nesta última offseason, foram 10 jogadores draftados e apenas 2 deles parecem não ter futuro na equipe. TJ Brunson, ILB escolha de 7ª rodada e Chris Williamson, CB também escolhido na 7ª rodada, são os únicos que não jogaram até hoje. O último inclusive já foi até dispensado.


Patrick Graham

O grande trunfo da offseason dos Giants e o principal entre os pilares da mudança. Patrick Graham tem sido simplesmente impressionante no desenvolvimento de atletas e no desenvolvimento da nova filosofia defensiva dessa equipe. Quando Joe Judge disse precisar que seus treinadores usassem o melhor de seus jogadores a favor da equipe, é exatamente o que conseguimos ver no trabalho de Graham. 


Trabalho com desconhecidos

A defesa dos Giants perdeu seus 4 principais OLB para a temporada, 3 deles para a IR e 1 em uma troca com o Cardinals. Mas isso não foi problema para Patrick Graham. Ele achou produção em Carter Coughlin, escolha de 7ª rodada, Cam Brown, escolha de 6ª rodada, Jabaal Sheard veterano esquecido pela liga e Niko Lalos, um FA não draftado que estava no Practice Squad da equipe e conquistou dois turnovers nos últimos dois jogos. 

Ademais, Graham mostrou a liga que a última escolha geral do draft pode ser útil se bem utilizado. Tae Crowder, produto de Georgia, já conseguiu uma pick six contra o Washington e, contra os Seahawks, mandou um ótimo sack para cima de Russell Wilson


Principais estrelas

Patrick Graham transformou a linha defensiva dos Giants dando vida a um Leonard Williams questionado por todos da liga até então. Graham transformou a secundária do time, tão mal falada nas últimas temporadas, com um posicionamento diferenciado para Logan Ryan e Jabrill Peppers num mix entre Safety, Cornerback e Linebacker.

Graham transformou um pass rush de um time que estava entre as piores da liga, colocando essa equipe entre as 8 melhores produzindo sacks. Aliás, sem ter nenhum nome de peso na posição de OLB.

A defesa dos Giants tem sido a grande responsável pela guinada positiva dessa equipe e por manter o time competitivo em muitos jogos. Mas acredite, o ataque também merece a sua devida consideração e eu explico.


Jason Garrett

Sim, Jason Garrett também faz parte dos pilares da mudança desse Giants. E isso se deve ao fato dele ter conseguido transformar o jogo corrido do time na principal arma da equipe. Se considerarmos as últimas 8 semanas, em 7 delas o time teve mais de 100 jardas terrestres por partida.

Contra o Seahawks, que é a quinta melhor defesa contra o jogo terrestre, foram 190 jardas. Essa produção colocou o time entre as 5 melhores correndo com a bola na liga (nesse período de ascensão da equipe).

Eu defendi a contratação de Jason Garrett na offseason primeiro porque ninguém fica à frente de uma equipe por 10 anos seguidos à toa e segundo porque ele não trabalharia com base em suas filosofias de gestão de equipe. Garrett pode não ser um Head Coach como muitos esperam, mas organizando um ataque, desenvolvendo atletas e filosofia de jogo, ele é bem competente.

A única questão que falta para Jason Garrett corrigir nesse ataque, e podemos dizer que é a principal delas, é o jogo aéreo. Garrett ajustou o ataque para estancar o principal sangramento de Daniel Jones que são os turnovers.

Nas últimas 3 partidas de Jones, ele conseguiu sair ileso e o time venceu. Sabemos que Daniel Jones pode produzir bem nos passes, afinal, no ano de calouro foram 4 jogos para mais de 300 jardas e pelo menos 4 TDs. 


Considerações Finais

É válido ressaltar aqui que esses três pilares da mudança dos Giants colocaram a equipe com 5-2 nesses últimos jogos mas poderia muito bem estar 7-0. Basta lembrarmos que os Giants perderam um jogo para os Eagles por causa de um drop de Evan Engram que mataria o tempo final de jogo. Aliás, a derrota contra os Buccaneers, quando a equipe liderava até o intervalo por 14×6 jogando melhor e perdeu depois de duas interceptações de Daniel Jones deixando o jogo em 25×23, ainda dói.

É importante ressaltar também que dessas 5 vitórias, 4 foram contra times com recorde negativos de vitórias. O time cresceu muito de produção, mas precisa continuar. As próximas três partidas serão duas contra times com recordes positivos e uma contra um time que está 50%. E essas partidas, aliás, irão mostrar muito o que esse time é capaz. 

Fala torcedor, com esperanças como eu? Entre em contato e deixe seu recado e nos diga o que pensa dessa comissão técnica.

Rômulo Ruggeri: 35 anos, torcedor do New York Football Giants. Grande adepto de sua equipe, Rômulo já esteve no MetLife Stadium. Acompanha a NFL desde que as transmissões se iniciaram no Brasil. Sempre por dentro das particularidades da liga, também é bastante participativo nas análises dos times e jogadores.
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